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Concessionária BM Rio, em Botafogo, zona sul do Rio, uma das unidades do Motor Group Brasil |
Dois dos maiores grupos do segmento premium do país, cada vez mais competitivo, anunciam fusão
O mais novo grupo de concessionárias de veículos de luxo do Brasil já nasce com uma longa estrada pelo retrovisor. O Motor Group Brasil é resultado da fusão de dois players experimentados no mercado, o Grupo Via e o Motor Group Vitória, que, em 2021, faturaram juntos R$ 1,3 bilhão. (Entre os 7.630 veículos comercializados no ano passado pelos dois grupos estão automóveis e motos do segmento premium e off-road, além de caminhões pesados, representando marcas como BMW, Mitsubishi, Suzuki, MINI, Volvo, Audi, DAF Caminhões, Triumph, Ducati e BMW Motorrad - as três últimas do segmento de motos).
O Motor Group Brasil passa a gerir um conglomerado com 11 concessionárias espalhadas por Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A expectativa é dobrar de tamanho ao longo de 2022, com faturamento de R$ 5 bilhões pelos próximos quatro anos. Este é o plano dos sócios, os empresários mineiros Luis Fernando Porto, Sérgio Augusto Resende e Renato Bello, todos com larga experiência no segmento.
Enquanto Renato Bello, que assume o cargo de CEO do novo grupo, presidiu o Motor Group Vitória (responsável por concessionárias no Rio e em Espírito Santo, em sociedade com o empresário capixaba Netto Soares), Luis Fernando Porto (presidente da Unidas) e Sérgio Augusto Resende (presidente do Grupo Via, com concessionárias em SP e MG) foram responsáveis pelo plano que levou à fusão “Locamerica-Unidas”, em 2017, consolidando a empresa como a segunda maior locadora de veículos do Brasil e uma das 50 marcas mais valiosas do país, de acordo com a consultoria inglesa Brand Finance (ambos continuarão à frente da empresa). Embora jovens, os sócios já possuem entre 20 e 30 anos no mercado automotivo.
Com base nessa expertise, o MGB contará com uma ampla oferta de veículos 0km, mas também terá um foco especial na comercialização de seminovos, segmento que registrou, em 2021, uma valorização maior entre os veículos de luxo. “Hoje o segmento premium representa 2,6% do total de carros comercializados no país”, diz Renato Bello. Para o CEO, o país tem condições de dobrar essa participação, igualando-se ao México, onde, de cada 100 carros comercializados, 4,5 vêm do segmento de luxo.
“Carro de luxo se tornou um ótimo investimento. O aumento da procura durante a pandemia, com a demanda sempre acima da oferta, por conta da falta de componentes para fabricação de carros em todo mundo, foram fatores que naturalmente fizeram com que o valor subisse. Antes, o tempo fazia o preço depreciar, agora, tanto pela demanda quanto pelo câmbio, vemos um movimento contrário”, explica Bello, para quem a chegada do Motor Group Brasil é mais um passo no movimento de consolidação de concessionárias no país.