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A Capital que Poderia Ter Sido: As Cidades que Poderiam Ter Sido Brasília
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A Capital que Poderia Ter Sido: As Cidades que Poderiam Ter Sido Brasília
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A ideia de mudar a capital do Brasil, não foi exclusiva de um determinado período ou grupo político. Ela emergiu em diferentes momentos históricos e foi motivada por diferentes razões, como a necessidade de proteger o país, integrar o território e modernizar a administração pública. Foram dois séculos de sonhos. Desde o período colonial a ideia de transferência da capital do litoral para o interior do país já vinha sendo discutido, porém, essa transformação só foi possível anos depois, com um foi um projeto ambicioso e ousado, que mobilizou o país e deixou um legado importante para a história do Brasil: Brasília.
Foi durante o governo de Juscelino Kubitschek que a construção de Brasília se tornou uma realidade. Seu projeto de modernização, viu na construção da nova capital uma forma de integrar o território nacional e impulsionar o desenvolvimento econômico. Entretanto, para essa realidade ser possível, diversos estudos foram feitos para escolha do local ideal para a implantação da cidade que viria a ser o domicílio administrativo do país. Dois dos estudos mais emblemáticos que demarcavam possíveis locais foram Quadrilátero Cruls e Retângulo Belcher.
O Quadrilátero Cruls demarcou uma área de 14.400 km² como local ideal, esse território, que incluía as lagoas de Formosa, Feia e Mestre D\'Armas. Nomeada por Floriano Peixoto, a Comissão Exploradora do Planalto Central foi liderada pelo astrônomo e geógrafo belga Louis Cruls em 1892. Nos anos subsequentes Cruls apresentou relatórios que demonstravam as características pertinentes daquele local, incluindo a ligação ferroviária. Em 1922, foi lançada a pedra fundamental de Brasília próximo à cidade de Planaltina, porém os estudos ficaram parados por 30 anos e os planos não saíram do papel.
No ano de 1952, Congresso Nacional aprovou lei determinando a realização de estudos conclusivos para que a mudança de capital se concretizasse. Em 1954, os estudos foram concluídos e uma nova comissão foi formada, chefiada pelo marechal José Pessoa. O governo contratou a empresa norte-americana Donald J. Belcher Associates para realizar estudos geológicos, topográficos, cartográficos, hidrográficos e energéticos, visando à construção da nova capital. Para escolher o local de implantação da nova capital, o governo adotou uma estratégia: dividiu a área em estudo em cinco regiões coloridas, cada uma delas sendo uma possível localização para a nova capital. Essa região, conhecida como Retângulo Belcher, abrangia 52 mil km² entre Goiás e Minas Gerais. Essa escolha teve como o objetivo tentar conter a especulação imobiliária desenfreada. Dentro do retângulo, foram pontuadas cinco áreas que receberam nomes de cores: Amarelo, Azul, Vermelho, Verde e Castanho.
Os locais em disputa foram estrategicamente distribuídos em diferentes regiões do Planalto Central. O Sítio Vermelho, por exemplo, estava próximo a Tupaciguara em Minas Gerais, enquanto o Sítio Azul se localizava próximo a Anápolis, na região Leste da cidade já consolidada à época. O Sítio Amarelo englobava uma área mais ampla, abrangendo os municípios de Leopoldo de Bulhões, Silvânia e Vianópolis. O Sítio Verde, também tinha características semelhantes ao Castanho, atualmente abriga a cidade-satélite conhecida como Planaltina, é a única das cidades citadas que se encontra dentro do retângulo do Distrito Federal, que foi demarcado após a escolha final. Essa escolha recaiu sobre o Sítio Castanho, situado pouco abaixo de Planaltina.
As comparações entre os sítios se davam através de algumas características físicas, como a topografia, vegetação, o potencial agrícola, a proximidade com afluentes hidrográficos, a instalação de energia elétrica próxima, a ligação com outras áreas urbanas através de estradas. Além disso os recursos de que possibilitariam atividades recreativas, como a proximidade com lagos e cachoeiras também foi pontuado. Dentre as características sociais, a proximidade com outras cidades já consolidadas apoiaria a cidade em construção, subsidiando as necessidades básicas para os trabalhadores e primeiros moradores da nova capital.
Em 1956, Juscelino Kubitschek enviou ao Congresso a Mensagem de Anápolis. No dia 18 de abril de 1956, o presidente que viajava com destino à Goiânia, não pôde pousar na capital goiana e pousou em Anápolis. Nessa mensagem foi assinada a validação para o início efetivo da construção de Brasília e mudança de capital. Com uma velocidade impressionante, as obras foram iniciadas em outubro, com a construção acelerada do Catetinho, do aeroporto e do Palácio da Alvorada.
Foi realizada uma empreitada monumental e visionária, em um período relativamente curto, entre os anos de 1957 e 1960. Essa obra gigantesca, transformou radicalmente o interior do Brasil e deixou um marco na história do urbanismo mundial. Em 1957 foram iniciadas as obras, com a construção de infraestruturas básicas. Um dos pontos mais importantes da cidade, foi o represamento do Lago Paranoá, um dos elementos centrais do projeto urbanístico que aconteceu em 1959, pouco antes da inauguração oficial que aconteceu em 21 de abril de 1960, marcando a transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central.
A integração do litoral com o Centro-Oeste foi um dos pontos importantes de desenvolvimento do Brasil, tanto em aspectos sociais como financeiros. O legado da nova capital se estende pelo próprio país e pelo mundo, tornando-se o símbolo de modernidade através do desenvolvimento materializado com o grande acervo de Arquitetura Moderna e claro, sua concepção que leva em consideração todos os pontos do Urbanismo Modernista em sua essência. Essas características trouxeram reconhecimento através da UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade, em reconhecimento ao seu valor histórico e arquitetônico.
Criada do zero no coração do Brasil, Brasília se consolidou como um dos exemplos mais emblemáticos de Urbanismo Moderno em escala global. A visão de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer resultou em uma cidade onde cada elemento, desde a arquitetura residencial até os edifícios governamentais, foi cuidadosamente projetado para se integrar a um plano geral harmonioso. A comparação da planta da cidade com um avião e a ousadia das formas dos edifícios oficiais são apenas alguns exemplos da inovação arquitetônica que caracteriza Brasília.

Barbara Maria Cardoso, Mestra em Projeto e Cidade e Docente em Arquitetura e Urbanismo na Estácio Goiás.

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Tipo: Artigo  Data Publicação:
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