| Por Judá Nunes
A história nos ensina que a educação é uma das ferramentas mais poderosas para enfrentar adversidades e construir um futuro melhor. No entanto, à medida que avançamos em um mundo cada vez mais interconectado e impulsionado pela tecnologia, é crucial repensar e reinventar nossos sistemas sociais para garantir uma educação de qualidade e verdadeiramente equitativa. Os sistemas educacionais precisam não apenas gerenciar a diversidade, mas também adotar práticas e estratégias inovadoras sob perspectivas não tradicionais para promover a inclusão da diversidade.
Nesse sentido, a Educação para a Inclusão da Diversidade desempenha um papel fundamental, exigindo não apenas conhecimento especializado para atender às demandas sociais, mas também competências transversais que promovam a inclusão e a eficácia educacional no mercado de trabalho.
No contexto educacional, uma escola inclusiva requer políticas que instrumentalizem a inclusão dentro dos processos internos e culturais, além da atuação de profissionais comprometidos com o desenvolvimento de todos os estudantes. A ausência de competências socioemocionais e de ferramentas de inclusão podem limitar o desempenho tanto dos professores quanto do sistema educacional como um todo. Da mesma forma, dentro das organizações laborais, a cultura organizacional e os profissionais enfrentam barreiras nas relações sociais e intergeracionais, nos processos internos e na objetividade das políticas de inclusão, enfraquecendo o sistema de equidade corporativa e sua capacidade de colaboração.
Hoje um dos maiores desafios interculturais que ainda enfrentamos dentro de espaços formais como a escola e o trabalho são os vieses inconscientes – aqueles causados por expectativas sociais. Alguém que cresceu sem referências positivas do que é ser uma pessoa LGBTI+ tem uma ausência de repertório e tende a desqualificar profissionais por conta da identidade de gênero ou orientação sexual deles. Uma barreira ideológica que impede a contratação, promoção e desenvolvimento, limitando as oportunidades profissionais e econômicas a um seleto grupo social.
Você já considerou como um sistema educacional verdadeiramente inclusivo pode impactar a sua trajetória profissional para ser um agente da inclusão? A resposta desta pergunta reside na implementação de um sistema educacional inclusivo e equitativo, que valorize e promova a diversidade em todas as suas dimensões, ou seja, temos que municiar a sociedade de repertório sobre a real inclusão da diversidade. Esse conceito de educação inclusiva transcende os limites da sala de aula, estendendo-se ao ambiente profissional. Quando não há uma dicotomia entre educação e trabalho, os indivíduos provenientes de ambientes educacionais inclusivos internalizam esses valores em suas carreiras, contribuindo para a criação de culturas organizacionais mais justas e colaborativas.
De maneira propositiva, enxergo que as organizações podem inovar para superar essas barreiras e promover a educação sobre inclusão, impulsionando, assim, o desenvolvimento de profissionais e cidadãos mais capacitados. Isso pode ser feito, investindo em programas de capacitação contínua centrados na diversidade e inclusão, criando espaços de aprendizagem internos nos quais todos os colaboradores possam adquirir as habilidades necessárias para trabalhar de forma inclusiva. Essas práticas transformam o ambiente e apesar de a implementação não ser uma tarefa fácil, ela constrói equipes mais fortes, capazes de enfrentar desafios complexos e impulsionar o crescimento sustentável da comunidade laboral.
Neste cenário surge a figura de uma Liderança Educacional, que serve ao propósito de arquitetar um ambiente no qual as pessoas vão fazer escolhas com base na cultura de colaboração elevada a potência do pertencimento. Essa figura tem toda a legitimidade para influenciar, eticamente, o comportamento das pessoas – ou seja, sugestões para tornar a vida e o trabalho dos colaboradores mais sustentáveis, impulsionando-as a tomar melhores decisões, livres dos vieses destrutivos.
Desta forma, a inovação torna-se imperativa. Novas tecnologias e abordagens pedagógicas podem impulsionar a maneira como empreendemos e lideramos no mundo dos negócios nossas demandas sociais. Basicamente, as organizações não precisam reiniciar o que já fazem, mas é importante haver o compreendimento de que o que elas fazem ainda não é o suficiente. A partir da minha experiência criando e atuando como gestora em projetos de impacto no terceiro setor, com organizações não governamentais como a TODXS, tenho a perspectiva de que promover o acesso e a utilização de abordagens e metodologias colaborativas para o desenvolvimento profissional, pessoal e de negócios desperta o que é mais genuíno e potente nas pessoas, comunidades, organizações e nos grupos. Em outras palavras: o objetivo é gerar ambientes que darão suporte para aprimorar uma economia produtiva emergente, voltada para a perspectiva pessoal e coletiva.
Isso destaca o poder da ação para empoderar as pessoas, especialmente quando estas têm acesso a histórias e conhecimentos que refletem suas próprias experiências e identidades. Investir na educação não apenas promove o desenvolvimento e a resiliência da força da economia produtiva do futuro, mas também empodera indivíduos e comunidades, permitindo que alcancem seu pleno potencial e contribuam de forma significativa para o progresso social e econômico.
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| A inovadora social Judá Nunes é licenciada em Teatro pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Especialista em Educação para Inclusão da Diversidade, analista de ESG e reconhecida como LinkedIn Top Voices Orgulho, tem atuado como educadora, gestora de projetos, comunicadora, escritora, palestrante e consultora; a especialista se destaca como mentora de um novo tempo, oferecendo insights sobre a dinâmica da diversidade no século XXI. Desde 2016, seus estudos em gênero, educação, movimentos sociais, trabalho e transformação humana culminaram no desenvolvimento de uma metodologia exclusiva e crítico-analítica para a formação de executivos na educação corporativa e para a gestão de projetos de impacto social, com foco em DEI. Sua paixão pela promoção da inclusão reflete-se em sua missão de comunicar e impactar positivamente, eliminando barreiras e conscientizando sobre vieses.
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