CEOs da Peça Rara Brechó, Galunion Consultoria, Calçados Bibi e Instituto Gourmet contam suas histórias de sucesso. As mulheres já representam 34% dos empreendedores no país, segundo o SEBRAE


São Paulo, março de 2023 – No mês da mulher é importante ressaltar a mudança de papel delas na sociedade nos últimos 36 anos, quando a ONU oficializou o dia 8 de março para promover a igualdade de gêneros e a proteção dos direitos das mulheres.

Empreendedorismo Feminino
Um caminho importante e em crescimento é o da mulher empreendedora. Atualmente há mais de 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio no Brasil, sendo 45% chefes de família – responsáveis pela principal, e muitas vezes, única renda da residência, de acordo com um estudo do SEBRAE, a partir de dados da PNADC - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IBGE.

Mulheres geram oportunidade e emprego para outras mulheres com a criação de redes de crescimento e aprendizado, segundo um estudo realizado pelo McKinsey Global Institute. O PIB - Produto Interno Bruto do Brasil teria um crescimento de 30% se houvesse igualdade de condições de trabalho entre homens e mulheres, porque há uma correlação entre a maior produtividade econômica da mulher – principalmente empresárias, e o crescimento econômico do país.

Características consideradas competências para gerar negócios e ocupar cargos de liderança, como: criatividade, empatia, organização, rapidez, determinação e sensibilidade, entre outras, são evidenciadas na mulher, como é possível perceber nas histórias a seguir.


A história de mulheres empreendedoras

“Acho que desde criança uma pequena empreendedora morava em mim. Durante muito tempo brinquei de lojinha com a minha madrinha. Aos 13 anos, comprei roupas em São Paulo e revendi para as minhas amigas em Brasília. Trabalhei numa banca de revistas vendendo balinhas, figurinhas a livros de romance. Aos 18, cursando psicologia ampliei meu mix de produtos para lingeries, chocolates, semijoias, bijuterias, produtos de beleza e até velas (feitas por mim!). Aos 24 anos, prestes a me formar e já casada e com dois filhos, precisava sustentar as crianças. Foi aí que surgiu meu primeiro emprego formal, idealizado por mim e que se tornou o meu primeiro negócio – Peça Rara Brechó. Há 15 anos reinventei e ressignifiquei o brechó no Brasil”, anuncia Bruna Vasconi, fundadora e CEO do Peça Rara Brechó.

O Peça Rara é líder no segmento de brechó, nasceu em Brasília e está há 15 anos no mercado e tem atualmente 72 lojas em operação espalhadas pelo Brasil – com previsão de dobrar o número até o final de 2023. O Shark Tank José Carlos Semenzato investiu no negócio por meio de sua empresa SMZTO e a atriz Debora Secco também. Recentemente, outro Shark Tank – João Appolinário, tornou-se franqueado com a inauguração da sua primeira loja e plano para outras unidades. A marca aposta em um novo estilo de vida por meio de uma sociedade comprometida com responsabilidade social por meio do conceito second hand (uso de segunda mão), que promove a economia circular e o consumo consciente.

“Somos multitarefa e nosso universo feminino é versátil, cheio de energia, criativo e pode sim ser muito equilibrado. As dificuldades e até mesmo possíveis crises precisam ser encaradas como combustível e oportunidade de crescimento e realização. Além disso trazer muitas outras mulheres junto. Esse é o segredo. Isso é fundamental!’, completa a empreendedora.

Já Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion tem mais de 25 anos de experiência no setor de food service. Para trilhar uma carreira de sucesso e chegar à liderança, a executiva usou o exemplo da mãe, que fez quatro faculdades, foi funcionária pública dedicada, fundou uma escola de ensino infantil, empreendeu com pousadas, bar, até banca de jornal, construiu casas e se dedicou às atividades voluntárias e sociais. A executiva cresceu com esse espelho de que as mulheres trabalham o dia todo, cuidam dos seus filhos, da casa, dos amigos e amam muito. Atuou como executiva em grandes empresas multinacionais e nacionais, é membro de Conselho Consultivo da Boali, realiza palestras sobre tendências do Food Service e participa dos grupos do segmento na ABF (Associação Brasileira de Franchising) e ANR (Associação Nacional de Restaurantes).

Desde a fundação da Galunion, em 2009, Simone liderou projetos para todos os elos da cadeia de valor em grandes operadores, conduziu projetos para indústrias de alimentos e de equipamentos, além de distribuidores e fundos de investimentos do setor. A Galunion dedica-se também ao fomento de negócios ligados à transformação digital do setor, como dark/cloud kitchens, restaurantes virtuais e outras startups que compõe o Ecossistema do Foodservice.

“Na Galunion, meu propósito é contribuir ativamente para a evolução do mercado de Food Service, compartilhar sucesso com felicidade e catalisar o progresso dos clientes e das equipes. Acredito na criação de relacionamentos duradouros com alinhamento, confiança e respeito à cultura do cliente. Fazer o que gosta é trabalhar com o pensamento livre, em busca das melhores soluções a cada dia e a cada novo desafio”, anuncia a executiva.

“Assumir a presidência de uma empresa que é pioneira no segmento de calçados infantis e está em constante crescimento no mercado brasileiro há mais de 70 anos é um desafio e tanto. Liderar uma equipe e mantê-la engajada é fruto de líderes maduros que inspiram colaboradores”, explica Andrea Kohlrausch, presidente dos Calçados Bibi.

Em empresas familiares, como a Calçados Bibi, sucessões no cargo de presidência são inevitáveis com o passar dos anos. O principal desafio é manter o legado e DNA da marca com excelência na próxima gestão. E sabemos que todo o processo é minucioso, ou seja, a passada do bastão não pode e não deve ser feita às pressas. Em abril de 2019, data em que a marca comemorou os 70 anos de atuação da Bibi no Brasil, foi finalizado o processo que contou com várias etapas e durou exatos sete anos. Dessa forma, Andrea passou a ocupar o lugar de seu pai e antecessor na presidência da empresa.

A executiva implantou a área comercial de exportação interna na Bibi, expandindo as exportações para além da América Latina. Atuou também em diversas áreas da empresa e, em 2010, liderou a estruturação da Bibi Franchising, expandindo o projeto de lojas exclusivas da marca para mais de 65 cidades em 23 estados brasileiros, além dos pontos internacionais, registrando um crescimento da rede desde o ingresso no mercado de franquias, em 2008.

Foi a partir de uma necessidade da ex-professora de biologia, Lucilaine Lima, que nasceu a primeira unidade do Instituto Gourmet Brasil. Em 2010, ela resolveu trocar as salas de aulas para investir em vendas de doces caseiros e assim poder ficar mais próxima de seu primeiro filho.
“Eu estava em busca de fornecedores para nosso casamento e não encontrei ninguém disponível para fazer bem-casados. Foi quando eu passei a testar diversas combinações de receitas e coloquei como meta fazer o melhor bem-casado que meu marido já tinha comido”, comenta a executiva fundadora e CEO do Instituto Gourmet.
Lucilaine não tinha muita experiência na cozinha, muito menos na confeitaria, por isso, passou a dedicar-se cada vez mais nos estudos da confeitaria. Tornou-se referência na região e resolveu repassar as informações que tinha transformando suas receitas em um negócio de sucesso. Em 2020, a marca anunciou a sociedade com o Grupo de Investimento SMZTO. Hoje são 140 unidades e mais de 160 comercializadas, atendendo mais de 32 mil alunos.

Tendências
Segundo o SEBRAE, a expectativa da mulher empreendedora neste ano é de crescimento, principalmente nos setores de serviço – moda, alimentação, beleza e estética. Elas já representam 34% do total de empreendedores no país.