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Joilson de Freitas |
A exposição \"Cerrado: Um Libelo Contra a Extinção\", na Galeria da Árvore – um espaço Museu Nacional da Poesia, (Parque Municipal ARG), Av. Afonso Pena, de 19 de maio a 15 de junho de 2024, curadoria de Regina Mello e Rogério Zola Santiago, reúne registros fotográficos feitos por Joílson de Freitas em Milho Verde, Distrito do Serro, e na região de Lagoa Santa, onde o Cerrado, hoje ameaçado, faz sua transição para a Mata Atlântica. Dentre as florescências destacadas nas fotos de Joílson de Freitas, estão as exóticas Birsônima, a
Palicuréia (da família Rubiácia); a flor Neateiféra, a Banisteriópsis Muricata; a Lobélia Aguana, a Plenoma Semidecandrum (em suas designações científicas, pois a maioria não tem nomes populares). As flores Tuna-da-Lapa e a bem-humorada e linda Pimenta-de-Macaco são primores silvestres! Os Fungos Casco de Cavalo são leques em ferradura, enquanto outros, pela lente do artista, fazem lembrar corais a se mover preguiçosamente no fundo do oceano (\"o mar já habitou o coração da pedra do cerrado, agora seco e infinito\" - RZS - 1998).
Teremos, também, na exposição, a presença da Panacéia e da Pavônia. Só de Crotalárias há 300 espécies! Comestíveis, temos o fruto do Umbuçu e o Araçá do Campo, também chamado de Goiaba-do-Morro. Ainda foram fotografadas por Freitas as florações de Lantana e da Flor Chuveirinho (assim o parece). Notemos que Joílson de Freitas é um \"expert\" do desfocamento de \"backgrounds\" (elementos ao fundo), com o objetivo de realçar o que seu olhar captador resolve por em evidência. Isto ele já praticava desde os anos 1990, quando fazia uso de sua
sagacidade para resignificar, em esculturas, os detalhes metálicos de peças automotivas por ele escrutinadas. Indo além: o artista executa em plenitude, em 2024, seja na confecção de objetos, de esculturas inóspitas ou em sua arte fotográfica, o que fazer continuado de décadas de criação artística, elevando perante o olhar alheio-observador aquilo que decide transmudar em sentidos da beleza estética que remete a reflexões sobre preservação: para nosso deleite,
Freitas apresenta suas releituras do mundo observável seja em sucata reaproveitada ou em elementos da natureza pulsante por ele representada, sabe-se lá por quanto tempo ainda a resistir. Jornalista Rogério Zola Santiago, Mestre em Crítica pela Indiana University, USA - 2024
O multicriador Joílson de Freitas é artista plástico, fotógrafo, escultor, poeta publicado e produtor cultural. Domina as técnicas da solda, da feitura de cortes e dobras, bem como da pintura automotiva, sendo também especialista-mestre em fazeres como fotografia, cerâmica, serigrafia, entalhe e massa de papel (\"papier marché\" e \"papier collé\"). Em suas temáticas, persiste a preocupação política com o meio ambiente, tema de destaque em todas as séries de sua vasta coleção. Ministra oficinas no intuito de passar adiante seus conhecimentos e de contribuir com a formação de jovens e adultos que compartilhem desses pendores.
Para compor a programação da 22ª Semana Nacional de Museus com o tema \"Museus,
Educação e Pesquisa\" convidamos o multiartista Joílson de Freitas para mostrar sua pesquisa antropológica fotográfica realizadas em Milho Verde/MG em Lagoa Santa/MG sobre a fauna e flora do Cerrado onde o artista observa a biodiversidade e busca apresentar um grande potencial para o Brasil, a ser explorado com o devido conhecimento e respeito.
A ideia da exposição na galeria da árvore, espaço democrático, galeria a céu aberto no Parque Municipal, onde todas as pessoas podem transitar livremente e gratuitamente, é proporcionar espaço para reflexões ao observar parte do resultado dessa pesquisa, um trabalho também de memória, educação, pesquisa e contemplação. Simultaneamente teremos uma mostra num formato mais amplo, em exposição virtual no canal YouTube do Museu Nacional da Poesia. http://www.youtube.com.br/museunacionadpoesia