Cerca de 7,6 mil pessoas são diagnosticadas com mieloma múltiplo (MM) a cada ano, no Brasil. Trata-se de um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado dos plasmócitos, um tipo de glóbulos brancos. Representa 1% de todos os tipos de câncer e 10% dos tumores hematológicos.
O tratamento depende do quadro clínico do paciente e pode envolver quimioterapia, radioterapia e transplante autólogo de medula óssea. Os avanços em pesquisas têm disponibilizado novos medicamentos e tecnologias que melhoram o diagnóstico e a qualidade de vida e sobrevida.
Um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes ainda é a falta de conhecimento por grande parcela da sociedade médica dos sinais, como cansaço e fraqueza devido à anemia; infecções constantes, fraturas espontâneas e dor óssea, entre outros. O diagnóstico continua muito tardio em decorrência deste desconhecimento. Pacientes diagnosticados precocemente podem viver melhor, mesmo com a limitação de acesso a novos medicamentos no SUS.
Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de mieloma múltiplo estão em período de revisão. A Conitec - Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde iniciou a avaliação agora em dezembro, mas deu parecer desfavorável às seguintes propostas:
- Teste citogenético por Hibridização in Situ por Fluorescência (FISH) para detecção de alterações citogenéticas de alto risco em pacientes com mieloma múltiplo;
- Lenalidomida para terapia de manutenção em pacientes com mieloma múltiplo submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas;
- Lenalidomida para terapia de indução e manutenção em pacientes com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante de células tronco hematopoiéticas;
- Daratumumabe em monoterapia ou associado à terapia antineoplásica para o controle do mieloma múltiplo recidivado ou refratário.
“Temos, agora, a consulta pública, para que a sociedade pacientes e familiares possam apresentar argumentos sobre a importância da atualização do tratamento da doença”, afirma Andrea Bento, cofundadora da Colabore com o Futuro, empresa de mobilização social e advocacy. A consulta pública nº 113/2021 quer ouvir a opinião da população sobre a inclusão do Daratumumabe no SUS para os pacientes de mieloma. Esse medicamento aumenta o tempo de vida e qualidade de vida dos pacientes, e já está disponível para quem possui plano de saúde. O processo está aberto até o dia 17/01/22.
Mais informações sobre a atualização do PCDT de mieloma múltiplo podem ser acessadas em http://conitec.gov.br/pcdt-em-elaboracao
Sobre a Colabore com o Futuro
A Colabore com o Futuro é a primeira empresa de mobilização social e advocacy da América Latina. O objetivo das ações é mobilizar a sociedade a participar das decisões de saúde junto ao governo, criando de maneira transparente e sustentável políticas públicas mais democráticas, justas e efetivas.
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