*Por Sandro Tonholo

Aviso importante: nem só de compras e vendas se faz uma Black Friday. Isso porque enquanto você, consumidor, conta os dias para comprar produtos com descontos (e quem sabe, já garantir boa parte da lista de presentes do Natal); ou você, varejista, aguarda ansioso a oportunidade de renovar o estoque para 2022, é preciso lembrar de que também os hackers estão de olho nesta data.
Sendo assim, tão importante quanto os números econômicos – só como exemplo, 67% dos brasileiros disseram que pretendem aproveitar as promoções durante a pesquisa Black Friday 2021, realizada recentemente pelo UOL para Marcas, em parceria com a MindMiners – é pensar nos desafios de segurança para o comércio, especialmente o eletrônico, em medidas que possam mitigar as ameaças e aumentar as chances de negociações, de fato, felizes.
O primeiro passo é, justamente, entender por que a data merece uma atenção especial se o problema de ataques a DNS, roubos de dados ou extorsão DDoS é recorrente ao longo?
O estudo Retail Risks Revealed: Cybersecurity Threats at All Time High During the Holidays (algo como: Riscos de varejo revelados: Ameaças de segurança cibernética em Feriados), realizado pela Infoblox, em 2019, com profissionais de TI e consumidores do Reino Unido, EUA, Alemanha e Holanda já trazia a explicação: eventos como a Black Friday e Natal são momentos particularmente críticos para quem se dedica a cibersegurança, uma vez que o volume de transações é muito superior ao normal (bem como o montante financeiro).
Imagine do que estamos falando, considerando o mundo pós-Covid 19 e o natural crescimento do comércio eletrônico, que cada vez mais se consolida como grande tendência no consumo. O setor, que corresponde a 11% de todo o varejo do Brasil, de acordo com levantamento da Câmara Brasileira da Economia Digital, faturou R$35,2 bilhões somente no primeiro trimestre de 2021, registrando um aumento de 72,2% com relação ao mesmo período de 2020 (dados apurados pela Neotrust).
Para se ter uma ideia, o e-commerce brasileiro, durante os dois dias da Black Friday em 2020, somou vendas totais de R$ 4,02 bilhões e registrou um crescimento de 25,1% em relação a 2019, segundo pesquisa realizada pela EbitNielsen. Na ocasião, foram gerados mais de 6 milhões de pedidos.
É muito dinheiro chamando a atenção de quem está “do lado negro da força”, não acham? Mas esse não é o único motivo pelo qual os hackers agem. A falta de atenção dos consumidores em termos de precauções de segurança facilita e ação. O estudo Infoblox revelou que apenas 13% dos consumidores online demonstraram alguma preocupação com a segurança dos seus dados pessoais ao fazer compras em sites. Por outro lado, 60% dos pesquisados reconheceram que o prazo de entrega dos produtos era a maior preocupação.
A solução, neste caso, está no engajamento dos consumidores para o compartilhamento de uma educação digital sobre os riscos das compras online e com evitá-los (protegendo seus dados).
Agora, outro ponto importante está nos lojistas e em como estão buscando aumentar suas medidas de segurança em termos de monitoramento de rede e visibilidade na temporada de compras de fim de ano.
Com os últimos avanços em tecnologia de varejo, criando uma superfície de ataque maior, mais complexa com mais vulnerabilidades potenciais abertas à exploração, é crucial para o sucesso dos negócios que varejistas contem com uma rede de apoio preparada para responder rapidamente aos incidentes cibernéticos evitando, além da perda de receita, danos à reputação.
A transformação digital é uma realidade que os varejistas não podem mais ignorar, especialmente em um ambiente dominado por compras online.