Apesar das tensões políticas acentuadas entre EUA e China e as incertezas do Brexit, treze das famosas startups unicórnios ajudaram a impulsionar os pedidos de IPOs do semestre, elevando o total de receitas para 71,9 bilhões de dólares
O ano de 2019 continua seguindo a tendência das startups unicórnios registrarem pedidos de IPOs, sobretudo nas Américas. Segundo estudo Global IPO Trends: Q2 2019, elaborado pela EY, a região protocolou 87 pedidos de ofertas públicas, levantando mais de US$ 28 bilhões no período. O resultado foi 5% maior em número total de negócios e 50% mais rentável se comparado com o mesmo período no ano anterior.
No ranking das Américas – que engloba EUA, México, Brasil e Canadá – o mercado americano foi responsável por 75% do total de IPOs e 96% da receita levantada, com negociações como a da Uber Tecnologies (NYSE) e Avantor (NASDAQ), importante empresa do setor de Heath Care. O mercado brasileiro também teve uma contribuição relevante que ajudou a elevar os resultados das Américas: os dois IPO registrados no país arrecadaram US$ 999 milhões, no segundo trimestre. Já o Canadá e o México configuram a terceira e quarta colocações. No semestre, as três primeiras posições ficam entre EUA (88), Canadá (26) e Brasil (duas) em número de ofertas públicas, respectivamente.
“As treze ofertas públicas das startups unicórnios ajudaram a impulsionar o resultado do mercado de IPOs no primeiro semestre de 2019 e devem continuar no segundo. Entretanto, é importante esclarecer que os investidores estão interessados em encontrar um equilíbrio entre alto potencial de crescimento e os investimentos mais tradicionais, para balanceamento de carteira”, afirma Guilherme Sampaio, diretor de transações corporativas e líder de IPOs da EY.
Outras regiões analisadas pelo levantamento também apresentaram pontos positivos. Embora tenha registrado um resultado menos expressivo do que o primeiro semestre de 2018, o sentimento do investidor na região da Ásia-Pacífico foi animador e ajudou a criar uma expectativa otimista para a segunda metade do ano, especialmente no setor industrial. Já na EMEIA (Europa, Oriente Médio e África), bons negócios são esperados nos setores tradicionais e de tecnologia.
Fechamento do semestre
Globalmente e em todos os setores analisados, o estudo registrou 507 IPOs, com receita total de US$ 71,9 bilhões. “Esperamos que as atividades do setor demonstrem um avanço ainda mais significativo no segundo semestre, à medida que alguns mercados têm demonstrado uma certa resiliência em relação as tensões político-econômicas globais. Contudo, ainda poderemos ver um determinado número de ajustes, dado que algumas resoluções tendem a serem definidas neste segundo semestre, a exemplo do Brexit”, reforça Guilherme.
As bolsas de valores que mais registraram pedidos de IPOs foram: Hong Kong (HKEx) e GEM (74), NASDAQ (69), e Tokio (TSE), MOTHERS e JASDAQ (39), com 14,6%, 13,6% e 7,7% da porcentagem global de IPOs. Já em relação às receitas, os destaques ficam entre: Nova Iorque (NYSE) – US$ 17,7 bilhões; NASDAQ – US$ 14,5 bilhões; e Hong Kong (HKEx) – US$ 12,3 bilhões.