O respeito pelo meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias que podem fazer toda a diferença na sociedade. Esta é uma das bandeiras levantadas pela equipe do 33 Home Studio, também conhecido como o estúdio de tatuagem mais amor de São Paulo (SP). Correta separação, destinação e reciclagem do lixo são algumas das boas práticas realizadas no local.
“Nosso estabelecimento chega a gerar por dia o equivalente a um saco de 60 litros de lixo. O pessoal economiza, mas mesmo assim acaba usando muito papel, por exemplo, para o desenvolvimento dos desenhos”, diz Diogo Prandini, conhecido como Dio, tatuador e sócio-proprietário do estúdio. Metal, plástico e vidro também são descartados isoladamente, bem como os orgânicos que têm como destino uma composteira doméstica.
Outro ponto importante é separar os resíduos infectantes. A manipulação dos materiais perfuro-cortantes pode causar acidentes, levando a contaminação dos profissionais envolvidos no processo e dos clientes, caso os detritos estejam mal embalados e tenham um destino final inadequado. “Na prática, todo o material não deve ir para o lixo comum. Aqui, a gente descarta todo resíduo líquido das tatuagens junto com os infectantes, usando um produto que solidifica os fluidos para melhor manuseio”, explica Dio.
No Brasil, ainda há muitos estabelecimentos como clínicas, consultórios, hospitais, estúdios de tatuagens, entre outros, que desrespeitam as normas regulamentadas tanto pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) sobre correto descarte de resíduos.
Além da questão do lixo, para deixar o ambiente dentro das normas de segurança é preciso ter o Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB) da Policia Militar do Estado de São Paulo, certificando que o estabelecimento foi enquadrado como sendo de baixo potencial de risco à vida ou ao patrimônio e concluiu com êxito o processo de segurança contra incêndio.
“Queremos evitar incidentes e estaremos preparados para agir em qualquer situação. Esta questão não deveria ser um diferencial, mas sim uma obrigação de todos que oferecem algum tipo de atendimento ao público”, enfatiza Diogo.
Trabalhar com tatuagens e perfuração envolve profissionalização e cuidados com a saúde. Até por isso existe uma regulamentação (Lei 15.272, de setembro de 2010) que obriga o cadastramento na Prefeitura do Município de São Paulo para empresas e profissionais autônomos que exerçam essas atividades.
Para quem pretende fazer algum tipo de procedimento no corpo, é importante saber identificar situações que possam oferecer risco à saúde e provocar até mesmo doenças como Hepatites B, C e Aids.
O principal ponto que o cliente deve se atentar é averiguar se o local além de limpo e arejado, possui licença para o funcionamento e o alvará da Vigilância Sanitária. “Também é essencial ter a certeza que os materiais [agulha, haste, biqueira e piercings] estão esterilizados e serão abertos na sua presença, se há descarte em recipientes para resíduos infectantes [como explicado anterormente], móveis de apoio e cadeiras revestidos com plástico filme para evitar contaminação e não aceitar que as tintas sejam utilizadas diretamente da embalagem original, mas sim fracionada individualmente”, alerta Dio.
Além de todos estes cuidados, que muitas vezes não são respeitados em alguns estabelecimentos que funcionam de maneira irregular, é importante procurar alguns trabalhos já realizados pelo profissional para se certificar que o resultado esperado realmente vai ficar como o esperado. As tatuagens são permanentes na pele e os tratamentos para remoção são caros e doloridos.