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Diego Amaral, advogado de mercado imobiliário e da construção civil e presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB de Goiás. |
O instituto da propriedade compartilhada foi originalmente contemplado para compra de frações em aeronaves particulares no anos 90. Rapidamente o conceito de propriedade compartilhada foi visto como um método prático e financeiramente viável para também adquirir imóveis de estadia, ou seja, propriedades fracionadas vendidas para mais de uma pessoa e/ou família, que também dividem os custos de manutenção do imóvel, além dos impostos a ele inerentes, sendo utilizadas por todos os proprietários em diferentes épocas do ano.
Consideradas um dos segmentos do mercado imobiliário que mais continua crescendo no mundo, as propriedades divididas em quotas imobiliários são vendidas, normalmente, para grupos de 10 a 28 famílias. Os imóveis mais procurados desse segmento estão localizados sempre em regiões turísticas, pois como a ideia é a de passar uma temporada, estes imóveis são utilizados com mais frequência paraférias e lazer.
Muitos têm dúvidas sobre a gestão e manutenção dessas propriedades, mas nos casos mais frequentes o trabalho é efetuado por empresas terceirizadas, que cobrarão dos proprietários das quotas uma taxa mensal de manutenção, como acontece em condomínios. A empresa que administra a utilização e conservação do imóvel é chamada no mercado imobiliário de Administradora. Além disso, ainda existe a possibilidade dos proprietários alugarem ou permitirem que amigos e familiares utilizem o imóvel.
Outra curiosidade sobre este mercado é que, com o declínio da incorporação convencional ocorrida naturalmente nos últimos anos, em razão principalmente da crise financeira vivenciada pelo país, esta forma de arranjo foi se tornando cada vez mais comum mesmo entre as classes mais baixas, pois no início era um mercado considerado de luxo, porém, agora, já existem uma série de programas de propriedades compartilhadas criados por incorporadoras em um custo totalmente acessível.
A cidade de Caldas Novas, localizada no interior de Goiás, é considerada a capital brasileira de empreendimentos incorporados no sistema Fractional, possuindo hoje vários produtos configurados nesse formato. Além de Caldas Novas podemos citar empreendimentos desta natureza localizados em Gramado – RS, Olímpia – SP, Porto Seguro – BA, entre outros locais que possuem uma alta demanda turística.
Goiás sai à frente de outros estados da federação para esse tipo de empreendimento, possuindo hoje as maiores empresas que trabalham com incorporação de quotas imobiliárias do Brasil. Essa nova tendência do mercado imobiliário tem tudo para continuar dando certo e alavancar ainda mais a economia do setor produtivo imobiliário, sendo também um segmento do mercado imobiliário que demanda profissionais específicos e com grande conhecimento em vendas, de administração e conhecimento jurídico, que ajudam as empresas para a continuidade do sucesso desse formato.
A fórmula é simples. Se divide (divisão em quotas e preço mais acessível para o consumidor que pretende obter uma propriedade em algum local turístico do Brasil) para multiplicar a satisfação dos consumidores e o retorno financeiro das empresas que trabalham nesse segmento, com a consequente contribuição de aumento das oportunidades trabalhistas. No fim, a satisfação é de todos os lados.