Quem nunca tirou uma nota ruim no colégio naquela matéria que sempre te trouxe dores de cabeça? Para grande parte dos estudantes, essa pedrinha no sapato durante os anos escolares é a matemática. Isso não é à toa, afinal, segundo um estudo do movimento Todos Pela Educação, apenas 7,3% dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio apresentam níveis satisfatórios de aprendizado na matéria.
Esse problema que parece perdurar pelas gerações é, na verdade, muito mais fácil de ser resolvido do que parece. Ao contrário da maioria dos estudantes, os especialistas já encontram o “x” da questão e afirmam que essa dificuldade está relacionada aos métodos tradicionais de ensino. Por isso, inovar na hora de ensinar matemática é essencial para um aprendizado efetivo, principalmente dentro das escolas.
No Colégio Franciscano Pio XII, por exemplo, os alunos do Ensino Fundamental II fazem os exercícios escutando música. “Eles trazem a playlist para o colégio e, claramente, vejo que estão mais concentrados e com vontade de fazer os exercícios. Eles mesmos comentam que se concentram muito mais”, conta Marco Malzone, professor de matemática.
Pioneira dentro do colégio e muito bem recebida pelos estudantes, a proposta fundamentou-se em estudos que comprovam que as partes do cérebro conseguem realizar tarefas diferentes ao mesmo tempo. “A parte lógico-matemática do cérebro não recebe interferência direta da parte musical. Estudar ou fazer exercícios escutando música não atrapalha a concentração, pelo contrário: a música ajuda a abafar ruídos externos, causando menos distração”, ressalta o professor.
Além das músicas, o professor também conta com a ajuda do aplicativo WhatsApp para tirar as dúvidas das lições de casa. “Envio para o grupo do aplicativo um áudio, explicando a resolução daquele exercício ou problema. É como se eles tivessem uma aula particular em casa, pois é da mesma maneira que falo em sala de aula, mas em um ambiente virtual. E eles podem ouvir quantas vezes quiserem”, diz. Marco também destaca a interação entre professor e aluno. “Os estudantes mandam perguntas, tiram foto dos exercícios e enviam pelo app. Muitas vezes, a dúvida de um aluno é a mesma de um estudante de outra turma, e eu copio e colo a explicação neste outro grupo”, explica o professor.
Para desenvolver a atenção e concentração dos alunos, o professor Marco também propõe pequenos jogos em grupos e atividades de 5 minutos, no início ou no término da aula, que visam desenvolver de maneira divertida e eficaz o aprendizado da matemática. \"A concentração é uma habilidade essencial para praticamente qualquer atividade do ser humano. Buscamos desenvolver algumas atividades que estimulem a capacidade de concentração durante as aulas\", diz.
No segundo semestre, os alunos dos 6º e 9º anos vão participar durante uma semana de gincanas envolvendo conteúdos matemáticos, como, por exemplo, jogos de memória e bingo. \"A matemática lança-se como disciplina fundamental na vida dos estudantes, não só por sua importância para o desenvolvimento de habilidades de raciocínio e lógica, como também para os conhecimentos práticos do dia a dia. Portanto, trazer essa ferramenta para perto do estudante é necessário para que a aprendizagem ocorra com prazer\", finaliza.
Revisão para o vestibular no Ensino Médio
O professor de matemática do Ensino Médio, Willian Bala, iniciou o projeto Ilumina com a 3ª série do Ensino Médio, que consiste em uma revisão para o vestibular, em formato de jogo, em que são distribuídos envelopes para cada grupo resolver a questão proposta. São aulas de aprofundamento semanais, no contraturno, não são obrigatórias e não contam presença ou pontos a mais na matéria, mas que colocam o aluno em situação de vestibular e em contato com ferramentas socioemocionais. Com esta estratégia, os estudantes treinam a administração do tempo, discutem processos, repensam soluções e ficam motivados para estudar. As dinâmicas também auxiliam na autoconfiança e no relaxamento, ajudando os jovens a extravasarem a tensão pré-vestibular. “Tenho uma frequência de 99% de alunos para essa aula”, conta o professor.