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Doença crônica, sem cura, agrava com situações de calor/aquecimento da pele
O alto verão é um dos responsáveis pelo aumento de casos de rosácea nos consultórios. Doença benigna, mas crônica, sem cura e razoavelmente frequente, deixa a pele avermelhada por inflamação. O calor é um agravante para peles sensíveis e, neste ano em particular, os casos de rosácea por aquecimento do rosto com o uso de máscara vêm aumentando, daí o alerta médico para os cuidados específicos com a pele, já que a máscara agora faz parte dos protocolos de prevenção da saúde.
A doença afeta em especial pessoas de pele clara, com maior incidência de casos em mulheres entre 30 e 50 anos, mas também se manifesta em homens. “Mas é possível conviver e controlar o problema adotando hábitos corretos”, explica o dermatologista Weber Coelho, mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e membro efetivo da SBD-Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo ele, a inflamação pela rosácea pode ocorrer em várias partes do rosto. Nas formas leves, o paciente mostra bochechas rosadas, mas, se não cuidar, pode ser agravada”, alerta o médico. O rosto pode apresentar vasos sanguíneos parecidos com teias de aranha e a pessoa sente calor ou ardência no local, mas, em formas mais graves, surge vermelhidão intensa com lesões semelhantes a acne. “A doença não é somente um problema estético; a inflamação pode levar a alteração glandular nasal causando, em estágios avançados, o rinofima e pode apresentar nódulos que alteram bastante o rosto. Há, ainda, rosácea ocular, que provoca irritação nos olhos e discreto vermelho”, comenta Weber Coelho.
Ele ressalta que a rosácea começa com ruborização muito frequente e o ideal é o paciente perceber esta condição para iniciar a adoção de cuidados especiais de higienização e fotoproteção. Produtos abrasivos ou muito oleosos são contraindicados para limpeza e tratamento da pele, assim como o aquecimento da região. “A máscara é um fator de aquecimento, mas os cuidados continuam os mesmos”, diz.
A tecnologia é uma aliada. Há sabonetes neutros e produtos de limpeza e tratamento específicos. O médico indica filtro com fator de proteção acima de 70 e informa que o mercado já oferece até fator 99. “O laser é um excelente tratamento, mas é essencial que um dermatologista avalie qual o tratamento indicado para o tipo de pele e forma da doença, pois a rosácea é muito sensível a produtos químicos e lasers ablativos”, explica.
Weber Coelho alerta que banhos quentes, fumo, medicação vasodilatadora, estresse, ansiedade, ingestão de álcool e até um prato mais apimentado são situações que agravam a rosácea. “O paciente precisa estar sempre atento. Entrar num carro estacionado sob sol quente imediatamente agride a pele sensível. São situações que o paciente deve aprender a evitar ou controlar e que, no final das contas, ajudam na saúde geral da pele do rosto, ajudando não apenas no controle da rosácea, mas na prevenção de manchas e até câncer de pele. A máscara segue indicada junto com todos os cuidados para a pele”, finaliza.