Jorge Bahia, Ceo do Grupo Bahia Associados

Não é incomum encontrarmos empresas ou empreendedores que utilizam o fluxo de caixa como a única ferramenta de gestão dos seus negócios. O CEO do Grupo Bahia Associados, Jorge Bahia, alerta que a suposta facilidade de uso da ferramenta pode dar aos gestores a impressão do real controle das atividades em termos de sua rentabilidade. “Sabemos que não é bem assim e buscamos, sempre, orientar as empresas que acompanhamos, e que tendem a essa prática, sobre a nocividade da mesma”.

Às vezes analisam a mecânica do fluxo de caixa como um controle de saldo de conta corrente e essa aproximação faz com que o usuário tenha nele e nessa simplicidade a proposta de recurso ideal. Segundo o consultor, o fluxo de caixa não possibilita qualquer análise complementar sobre as variações de prazos de recebimento e pagamento, ou identificação de prazos médios de um e de outro movimento de recursos para que se aplique ou se proponha uma política de fluxo financeiro relacionada a disponibilidades da empresa.

Outro ponto que notamos nesse uso é a visão limitada do momento atual apresentado nos números, o que chamamos de uma fotografia de caixa. Não há como suporte a essa utilização uma proposta de orçamento ou uma análise mercadológica, ou uma análise ponto de equilíbrio, uma identificação de margem de contribuição, às vezes esses usuários dizem que trabalham com “mark up”, mas a apresentação dos números nos leva a duvidar da afirmação.

O momento atual é um indicativo claro e uma possibilidade “on the job”, ou na prática, de se identificar a dificuldade e carências dessa gestão – por fluxo de caixa – mas sempre considerando, o que é muito importante, que o erro nas avaliações pode comprometer a rentabilidade do investimento, comparativamente, é um caminho tomado ou definido a seguir, que se adiante for identificado o erro na opção o retorno é complicado e às vezes impossível tendo em vista as dificuldades para se contornar os efeitos da decisão.

Dicas Importantes:

Sempre orientamos as empresas que nos procuram no sentido de que o fluxo de caixa é um orientador de uso importante para identificação do movimento de recursos disponíveis, mas há a necessidade de termos outras ferramentas que nos indiquem como fazer para esse fluxo chegar a empresa de maneira mais econômica, quando isso deve ocorrer, que produto ou serviço do nosso portfólio pode apresentar situação mais favorável para isso, para os outros produtos e serviços o que fazer para torna-los rentáveis, por quanto valorizar os nossos produtos.

Em termos de contra fluxo temos o rigor da negociação com fornecedores, a importância da carga tributária, o momento certo da compra, atrelada a necessidade de produção e de comercialização, a logística, ou seja, o fluxo de caixa deve ser visto como uma dessas ferramenta.

A nossa recomendação, principalmente em momentos como os atuais em que temos oscilações de dólar, aumento do preço de insumos, aumento de preços de despesas essenciais para a operação como, como por exemplo o frete, ou seja, vivemos uma incerteza no mercado sendo ideal termos à mão apontamentos não somente de fluxo financeiro, mas de controles de como os mesmos chegarão e sairão da empresa, quando isso ocorrerá e para qual finalidade estimando o retorno da mesma.