Introdução ao cenário econômico
Conforme dados do mercado financeiro, para o início do ano de 2019, o Brasil terá como referência os seguintes pontos:
1. Manutenção da política monetária;
2. Taxa de inflação estabilizada em torno de 4,5% ao ano, com possibilidade de queda para 3,7% ao ano;
3. Crescimento econômico, medido por PIB na ordem de 2,5% a 3% ao ano, com tendência de atratividade para os investidores estrangeiros;
4. A reserva internacional, medida em dólares, oferece amortecedor em relação a choques externos, tais como uma guerra comercial EUA/China ou instabilidade europeia.
Os fatores de risco principais, que podem impactar negativamente o cenário são:
1. Forte aumento da taxa de juros norte americana, reduzindo a atratividade brasileira ao capital internacional;
2. Reforma previdenciária insuficiente ou não realizada, impactando o desenvolvimento econômico brasileiro;
3. Intensificação do conflito comercial internacional.
Comportamento geral
Na hora de organizar as contas de início de ano é importante seguir algumas regras. Se for adiantar pagamentos, faça apenas se o desconto for, pelo menos, igual ao ganho que poderá ser obtido em aplicação financeira de mesmo período de tempo. Caso contrário, não há vantagem no pagamento à vista.
Outra coisa a ser considerada é a utilização do cartão de crédito como forma de controle financeiro. É muito interessante, mas exige disciplina, mas como estratégia para casar despesas e receitas é oportuno. Ter cuidado é fundamental para não extrapolar o limite de crédito e liquidar a fatura integralmente no vencimento.
Outra vantagem do cartão é a possibilidade de acumular pontos e prêmios. Esta é uma estratégia das operadoras incentivaram o uso do cartão de crédito e é algo que pode ser aproveitado. Por outro lado, utilizar esse recurso para financiar compras é uma péssima estratégia, pois as taxas de juros das operadoras são significativamente maiores do que os custos médios de empréstimo pessoal dos bancos.
Aqueles que estiverem nessa situação devem se informar sobre seu saldo devedor e quais descontos possíveis para pagamento à vista. Uma vez ciente das condições, pedir um empréstimo pessoal correspondente para quitar a dívida com a operadora de cartões de crédito é a melhor saída. Dessa forma, é possível substituir uma dívida com maior taxa de juros por outra, de menor custo financeiro.
Agora se o seu caso é diferente, e se há valores disponíveis em sua conta corrente, procure alternativa de investimento, e coloque o saldo para trabalhar em seu favor. Considere a taxa de juros, aplicação mínima, vencimento e impostos incidentes, e negocie com o banco.
Veja abaixo algumas dicas para despesas recorrentes de início de ano.
IPTU/IPVA
Tanto para IPTU, quanto para o IPVA o pagamento à vista é uma opção para quem possui reservas financeiras suficientes. Contudo, uma boa estratégia é aplicar o valor e optar pelo pagamento parcelado, pois assim construirá saldo suficiente para o pagamento das parcelas e, principalmente, irá dispor do saldo do recurso para casos emergenciais.
O uso de uma agenda, não importa se física ou digital, permite registrar os pagamentos e organizar sua vida financeira. A elaboração de um orçamento doméstico oferece excelente oportunidade para analisar despesas e pagamentos, identificando gastos que devem ser controlados.
Bancos oferecem a opção de pagamentos automáticos, com débito em conta corrente, trata-se de mais uma opção de organização de pagamentos.
Uma coisa para se ter em mente é que impostos sempre serão cobrados, a não ser em casos específicos de isenção. Quer seja o IPTU, IPVA ou quer seja qualquer outro tributo, este será cobrado.
Portanto, caso o carnê de impostos demore a chegar, antes de comemorar uma isenção – ou mesmo esquecimento por parte da Prefeitura – consulte os registros no site da secretaria municipal responsável. No site é possível encontrar a informação correta. É mais fácil ter ocorrido erro de entrega do carnê do que ter recebido o prêmio de uma isenção.
Se necessário pague o imposto por meio das informações obtidas no site, não espere chegar o carnê.
Material escolar
Antes do final do ano, as escolas elaboram listas de itens que podem – e devem – ter seus preços pesquisados antes da compra. Uma boa forma de pesquisar é utilizando a internet para avaliar preços, tendo o cuidado de selecionar o mesmo produto ou equivalente.
O segundo passo seria realizar a seleção de loja, e uma vez decidido onde comprar, porque não levar a criançada junto? Dessa forma, eles estarão comprometidos com o processo e poderão observar que cada item do material escolar possui valor monetário e, assim, serão incentivados a cuidar do uso e manutenção dos mesmos.
As crianças, certamente farão pedidos extras, que podem e devem ser atendidos desde que estejam provisionados. O truque é reservar um valor pequeno para dar a elas a responsabilidade de escolher o extraordinário, dentro da verba inicial combinada, dessa forma eles aprenderão, na prática, que escolhas possuem preço e consequências e que eles são responsáveis por utilizar os recursos limitados que possuem. Será uma aula, ao vivo, de gestão financeira.
Na hora de pagar, fazer a opção entre pagamento à vista ou parcelado deve ser avaliado conforme a realidade familiar. Caso o orçamento permita, deve ser solucionada em relação à aplicação do dinheiro correspondente. Se o desconto for superior aos possíveis ganhos em aplicação financeira, pague à vista, caso contrário, parcele.
Educando a criançada para o necessário cuidado com o material e sua manutenção, do custo e do esforço necessário para sua aquisição, é sempre melhor optar por qualidade, em relação a similares de menor custo. Mas atenção! É fundamental conscientizar a criança quanto ao esforço familiar para oferecer tal produto, ela deve estar ciente de que o material tem valor e pode ser oferecido com forte apoio e incentivo ao bom desempenho escolar.
Atenção à economia planejada com a pesquisa de preços é importante não esquecer de acrescentar os custos de transporte (e estacionamento), os quais podem contribuir para selecionar uma ou outra loja.
Cuidado na hora de aproveitar as promoções, caso observe algum item que não conste da lista de material e que esteja em oferta avalie cuidadosamente sua necessidade, qual sua utilidade em casa ou na escola. A oferta, em si, não deve ser incentivo ou motivo de compra.
Aproveitar o final do ano para organizar as finanças é a melhor pedida para aproveitar as festas da melhor forma possível.
Osmar Visibelli - Graduado em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), graduado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1989), especialização em Finanças Empresariais pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2003) e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2010). Professor da Universidade Anhembi Morumbi, nos cursos de Administração de Empresas, Comércio Internacional e Relações Internacionais. Pesquisador das áreas de Finanças Corporativas, História Econômica/Política e Geopolítica, atuando como consultor empresarial.