As palestras e reuniões on-line tornaram-se comuns em 2020, mas muitos erros ainda são cometidos pelas pessoas
Com a chegada do fim de ano, começam a acontecer as festas corporativas. Mas, assim como os demais eventos ao longo de 2020, precisarão ser virtuais ou até em formato drive-in. Segundo a jornalista e especialista em Oratória, Adriane Werner, isso é um desafio para os profissionais, que ainda enfrentam algumas dificuldades com esses novos formatos.
“Muitos reclamam do quanto é ‘frio’ falar para uma câmera em vez de falar olhando para as pessoas. Tudo é uma questão de hábito. Nesta nova realidade, precisamos nos habituar a falar utilizando as câmeras, sejam do celular, do notebook ou as profissionais, em transmissões mais estruturadas”, ressalta.
O segredo para uma boa apresentação é treinar muito, pois a desenvoltura somente vem com a prática. A especialista, que tem experiência de 25 anos em apresentação de telejornais e cerimônias e 15 anos em treinamentos de oratória, afirma que a preparação é fundamental, pois os eventos on-line vieram para ficar.
“Encontros remotos, como os que predominam hoje em eventos, palestras e reuniões, poderão diminuir com a volta das situações presenciais, mas certamente serão mantidos em muitas situações, pois permitem a redução de gastos e a introdução de novas experiências, que certamente continuarão a ser aproveitadas no pós-pandemia. Quem não estiver preparado terá seus resultados limitados”, acentua.
Nos treinamentos que ministra, a jornalista explica que o enfoque é em exercícios práticos, além de dicas gerais, orientações sobre linguagem, gestos, roupas e postura. “Fazemos muitas simulações de situações práticas para que os participantes se sintam, de fato, preparados para a nova realidade”, revela.
Conversando com pessoas dentro de carros
Os drive-ins são outra opção de eventos para as empresas. A maior diferença de uma palestra on-line é não ter uma interação tão direta, afinal, o profissional precisar se dirigir às pessoas sem conseguir visualizá-las.
“É mais difícil olhar nos olhos nesse tipo de evento, mas é interessante provocar a interação de forma mais criativa, como sugerindo buzinas, luzes intermitentes ou o acendimento dos faróis de forma dirigida em alguns momentos”, sugere a especialista.
Fique atento aos erros
Adriane comenta que entre os principais erros cometidos pelos profissionais, além da tensão e da falta de firmeza ao olhar para a câmera, está justamente a falta de organização e preparo para a transmissão. “Há muitas situações em que falta traquejo com as tecnologias, desde o simples esquecimento de ligar o microfone quando começar a falar até atrasos ou ausências por dificuldades em ligar os equipamentos, compartilhar telas e arquivos, etc”, ressalta.
Embora seja óbvio, é preciso também evitar as gafes, como entrada de animais de estimação e crianças - já foi visto até pessoas nuas passarem perto da câmera -, brincadeiras constrangedoras e cuidar com as roupas utilizadas.
Entre as orientações, ela observa que é preciso esquecer que está falando para um aparelho, mas lembrar-se que tem pessoas que estão assistindo ou irão assistir. É importante ter em mente que é preciso gesticular como se estivesse “in loco” e atentar para o fato de que o rosto do profissional está em evidência, portanto, as expressões faciais são relevantes para se comunicar melhor.
Sobre Adriane Werner
A jornalista Adriane Werner, com ampla experiência em veículos de comunicação, emissoras de TV, rádio e internet, dedica-se há mais de 15 anos a ajudar pessoas a melhorarem sua comunicação pessoal. Adriane Werner é autora de diversos livros na área, entre eles Oratória Descomplicada – Dicas práticas para quem quer se comunicar melhor. Apresenta o programa Momento Expressão, veiculado semanalmente pela TV Transamérica (Canal 59, Curitiba) e a coluna Curitiba de Graça na CBN Curitiba. Atua em eventos como mestre de cerimônias e celebrante de casamentos. Mais informações: http://www.adrianewerner.com.br.