Clarissa de Faro Teixeira Höfling, especialista em Direito Penal Econômico pela FGV/GVLaw, Governança Corporativa e Compliance pelo INSPER e sócia fundadora do Höfling Sociedade de Advogados

A defesa da igualdade entre gêneros no ambiente corporativo e o combate à violência doméstica, mais do que um direito da mulher, se traduz em empresas mais produtivas e na injeção de mais dinheiro na economia global, apontam estudos. O seminário “Valorização da Mulher no Ambiente Corporativo e o Papel do Compliance” reunirá importantes palestrantes que discutirão temas como o impacto do Compliance nos Resultados Corporativos e no aumento de representatividade de mulheres em cargos de liderança, sua valorização e empoderamento nas organizações e o papel e iniciativas do Poder Judiciário. O evento, que acontece nesta terça-feira (26), das 8h às 12h, no Hotel Meliá Jardim Europa (Rua João Cachoeira, 107, Itaim Bibi), é gratuito. Informações com Giovanna Ferrari, no telefone 11-4371-0157 ou por meio do e-mail contato@hoflingadv.com.br .

“Estudo da consultoria McKinsey mostra que a igualdade das condições de trabalho para as mulheres adicionaria US$ 28 trilhões à economia global até 2025, o que equivale ao PIB dos EUA e China juntas. Só no Brasil, geraria aumento de US$ 850 bilhões ao PIB”, argumenta Clarissa de Faro Teixeira Höfling*, organizadora do evento e palestrante, que discorrerá sobre o tema “O Impacto do Compliance Woman nos Resultados Corporativos”. A advogada é especialista em Direito Penal Econômico pela FGV/GVLaw, Governança Corporativa e Compliance pelo INSPER e sócia fundadora do Höfling Sociedade de Advogados**. Entre os benefícios da implantação do Compliance Woman nas empresas, está o aumento de produtividade das funcionárias e a redução de ações trabalhistas e criminais ligadas a assédio sexual e moral.

“A [empresa] Amêndoas do Brasil criou um programa de Compliance feminino que inclui foco sobre a violência doméstica e apoio psicológico às vítimas, o que gerou aumento de produtividade da mulher em 58%”, lembra Clarissa. Apesar de recentes avanços, como a lei que garante isonomia nos salários de homens e mulheres, as palestrantes apontam que ainda falta muito. A própria necessidade de uma lei específica para igualdade de salários entre gêneros é prova disso, pois a Constituição de 88 já garantia o direito de isonomia.

“Existe um sentimento de que ‘já chegamos lá’”, diz Liana Cunha Crespo, advogada, professora e diretora de Compliance para o Brasil e América Latina da Thermo Fisher Scientific e membro do grupo de estratégias do Compliance Women Commitee. “Sim, em cargos gerenciais nós mulheres estamos em 40% do mercado, mas quando falamos em liderança sênior, o percentual desce para apenas 10%.” Idealizadora e fundadora do Woman To Be, Flavia Soubihe, que discutirá o tema “Desenvolvimento, Valorização e Empoderamento da Mulher nas Organizações”, concorda que o maior foco de desigualdade é no topo.

“As mulheres já superam os homens nas funções de início de carreira, e se equiparam em funções gerenciais, no meio da pirâmide; o principal desafio está na ponta da pirâmide em funções diretivas, de presidência e conselho de administração”, diz Flavia. “O aumento da diversidade de gênero na liderança das organizações resulta em uma tendência de redução de casos de assédio moral e sexual.”

Juristas apontam a necessidade do fortalecimento dos movimentos populares em prol dos direitos das mulheres, o que culminou, por exemplo, na aprovação da lei que estabeleceu o crime de importunação sexual. “No momento temos a discussão do assédio sexual dentro das relações de trabalho”, revela a Tatiane Moreira Lima, juíza de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, que palestrará sobre “Legislação Penal: O Poder Judiciário, rede de garantias e os direitos das mulheres; Casos de Compliance reais ou potenciais”. “O poder judiciário tem feito um trabalho de proteção dos direitos das mulheres e garantia de igualdade de gênero, mas é importante que isso reverbere na sociedade; o projeto de lei de importunação sexual, por exemplo, estava parado no Congresso há muitos anos e foi aprovado quando houve repercussão em torno do fato de as mulheres não se sentirem seguras nos meios públicos de transporte.”


Clarissa de Faro Teixeira Höfling* É especialista em Direito Penal Econômico pela FGV/GVLaw, possui Pós-Graduação em Direito Penal Econômico Europeu pela Universidade de Coimbra (Portugal) e Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Escola Paulista de Direito, EPD. É também pós-graduada em Governança Corporativa e Compliance pelo INSPER, Instituto de Ensino e Pesquisa, em Gestão de Riscos e Compliance pela FIA Business School, aonde também estudou Gestão Estratégica. É associada ao Instituto de Defesa do Direito de Defesa, IDDD, e Relatora no 4º Tribunal de Ética da OAB.

Höfling Sociedade de Advogados** É uma banca jurídica altamente especializada em Direito Penal empresarial que atua em casos especiais, no preventivo e consultivo. O now how da alta especialização é proveniente da atuação dos seus advogados em casos de grande repercussão nacional do Direito Econômico nos últimos 15 anos do País. Desenvolvem trabalhos de Compliance, além da defesa de clientes na área de Direito Penal Clássico e Econômico, como crimes contra a liberdade pessoal, dignidade sexual, administração pública, posse de arma, lei de drogas, crimes contra o consumidor, entre outros. E também atua em crimes econômicos, de lavagem de dinheiro, contra o sistema financeiro nacional, de concorrência, contra a propriedade intelectual e imaterial, industrial, crimes ambientais, digitais, entre outros. O escritório atua para diversos setores empresariais importantes como instituições financeiras, indústrias químicas e automotivas.